Em entrevista, Mitidieri dá o tom, mas alguns recusam compreender...

Em entrevista, Mitidieri dá o tom, mas alguns recusam compreender...

A tão aguardada entrevista do governador, Fábio Mitidieri (PSD), aos microfones da Rádio Comunitária de Boquim (RCB), no último sábado, dia 21, deixou a muitos políticos dos tradicionais grupos descontentes, pois aguardavam uma declaração de "liberação" para a retomada de uma guerra antiga, que nunca produziu um resultado proveitoso para Boquim.

Durante o programa pilotado pelo competente jornalista, Cloves Trindade, Mitidieri passou uma mensagem de defesa da união política de grupos tradicionais, em torno de um único nome. Segundo palavras ditas por Fábio: "Construir é melhor que destruir...". De fato, ele tem total razão.

Esta tese defendida pelo governador filho da terra, teria desagradado o interesse de lideres locais, que estariam apenas preocupados em buscar manter um cenário de disputa política de egos, como sempre foi tradição no município.

Historicamente, Boquim sempre teve ampla representatividade política, através de diversos parlamentares estaduais e federal, mas lamentavelmente as divergências locais nunca criaram um terreno favorável ao desenvolvimento local. As lideranças sempre estiveram mais preocupadas em destruir desafetos políticos, do que se unificarem em uma pauta de crescimento econômico da localidade.

A pré-candidatura a prefeito do empresário Jorge Mitidieri, que em tese, seria algo que poderia unir a "gregos e trianos", em torno de uma pauta desenvolvimentista afinada com o governo estadual, parece esbarrar no egoismo da classe política local, a qual parece só enxergar o "próprio umbigo". 

Aparentemente, o grupo Eraldista e Fonsequista desejam manter a máquina da prefeitura presa à própria unha, através daquela velha política assistencialista do "pão e circo", tentando resgatar personagens políticos ultrapassados e, também, sem refletir sobre o futuro da cidade. Enquanto isso, algumas figuras do grupo do saudoso Pedro Barbosa, também estariam tentando dificultar essa possível união, pensando apenas em herdar o espólio político deixado por Barbosa.

Em verdade, enquanto o governador Fabio Mitidieri, durante a entrevista, dá o tom de defesa da união e centralidade em um projeto de recuperação do progresso da ex-terra da laranja, os agentes políticos locais fazem de conta que concordam com a opinião, mas quando o governador retorna para a capital, tudo retorna à estaca zero e a mensagem deixada pelo líder parece não ser compreendida.

Algumas lideranças de grupos tradicionais de Boquim, estariam mais focadas em fomentar futricas paroquianas e manter os seus quinhões eleitorais, em detrimento de um objetivo bem maior.

Infelizmente, Fabio parece pregar uma mensagem que a classe política boquinense escuta, mas recusa compreender. 

Enquanto isso, aqueles que deveriam abastecer o governador com reinvidicações em prol do desenvolvimento do município, estariam ocupando a concorrida agenda governamental para tratar sobre fofocas e questões menores.

O mais importante neste momento, deveria ser a união de todos, para recuperar a economia arrasada do município, onde a população decresce nos dados do Censo do IBGE, pois os jovens estão indo embora para outros Estados em grande volume, em busca de oportunidade de empregos.

Talvez, Boquim atualmente esteja deixando de aproveitar uma excelente oportunidade, desmotivando um empresário de sucesso de ser gestor municipal, além de não saberem capitalizar a ocasião de possuírem um governador com ligações familiares com o município.

Enfim, é Boquim sendo Boquim.... Até quando insistirão no mesmo erro?

 

 

Por: Flavão Fraga - Jornalista.